Como Será a nova BBom? Qual e o Plano? "Somos a única empresa que admitiu dar carros de luxo para os associados", diz João Francisco de Paulo

Foto: Divulgação Francisco de Paulo BBom

Há nove meses, o Brasil conheceu João Francisco de Paulo. Ele é dono da empresa BBom, que começou a operar em fevereiro deste ano no setor de marketing multinível e que em julho foi bloqueada pela Justiça por suspeita de formação de pirâmide financeira.
A companhia, sediada em São Paulo, conseguiu, faz uma semana, uma liminar para voltar a funcionar. Apesar de ainda ser processada por golpe financeiro pelo Ministério Público Federal em Goiás, a corporação foi liberada de forma parcial para atuar apenas com “vendas diretas”, atividade tradicional no marketing multinível. Das sete modalidades de remuneração aos associados, só duas continuam. E mesmo assim, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região afirma na decisão: a empresa precisará reformular o negócio.
Em um jatinho particular, o dono da BBom, João Francisco de Paulo, veio ao Espírito Santo, na última quinta, para comemorar o desbloqueio da empresa e anunciar a restruturação em um evento para 800 pessoas em um auditório, em Vila Velha. A companhia vai vender serviços de rastreamento, máquinas de café e cosméticos. E para as pessoas que se destacarem, Paulo garante: a BBom vai premiar os associados com carros de luxo e outros presentes.
Como será a nova BBom?
Quando começamos o modelo antigo de negócios, que foi em fevereiro, não esperávamos um boom de vendas. Houve muita preocupação para não ferir a lei. Os advogados afirmaram que não tinha nada que pudesse nos levar a um tipo de captação irregular de poupança ou de pirâmide financeira. Passamos por todo crivo jurídico de vários setores. Porém, em fevereiro e março, foi estrondosa a venda. Vimos que nossa estrutura não chegava nem ao mínimo necessário. Buscamos os melhores profissionais nas áreas de rastreadores, de tecnologia e especializadas em marketing multinível. Contratamos o Ednaldo Bispo. No início de abril, ele começou a trabalhar para restruturar toda a empresa para um modelo que fosse indiscutível. Disse que nosso modelo era sustentável, mas que precisava de adequações. Essa restruturação era para acontecer em 1º de setembro de 2013. Mas houve o bloqueio em julho.
Como é a restruturação?
É a mesma que a Justiça pede. Os outros cinco modelos bloqueados não são ilegais, só estão construídos num modelo que a Justiça não entende. Por isso, estamos mudando tudo.
Se as cinco modalidades de negócio bloqueadas não são ilegais, por que mudar a BBom?
É que o modelo antigo gera dúvida. A pessoa olha aquele modelo e acha que vai ficar rica. Por isso, a Justiça não achava claro. Quando houve o bloqueio, ocorreram afirmações equivocadas. Falaram que o rastreador não tinha registro na Anatel ou no Denatran. Depois viram que tinha na Anatel e que no Denatran não precisava. Depois falaram que a gente vendeu mais rastreadores do que tínhamos, porém, tínhamos demanda de 3 milhões de rastreadores.
O Ministério Público disse que só identificou, na época do bloqueio, a existência de 70 mil rastreadores, sendo que a BBom tinha mais de 270 mil associados. Como explicar isso?
Tínhamos feito pedidos de rastreadores e pago 250 mil aparelhos, mas estávamos começando a receber os aparelhos. Apresentamos as notas para o MP, porém, os promotores não entenderam. Hoje, já utilizamos 190 mil aparelhos. Apresentamos ao MP a solicitação de outros 2 milhões. Só agora vamos pegar os recursos para colocar esses aparelhos no mercado. Só não serão 2 milhões de aparelhos. Nossa demanda é de 1 milhão de aparelhos. A questão é que o dinheiro que está bloqueado daria um faturamento de R$ 240 milhões por mês só com o serviço de monitoramento. Sobrariam R$ 150 milhões depois de todas as bonificações e comissões pagas. Era um negócio muito viável, porém, assustou. Por isso, faria tudo de novo sem arrependimento nenhum.
Mas, como será o novo modelo?
Será com venda direta.
Algo muda para os atuais associados?
Vamos ter que cumprir o contrato com eles.
Mesmo a Justiça vetando?
A Justiça não está nos proibindo de cumprir. Proibiu novas adesões. Com o modelo novo, vamos usar a parte de lucratividade para pagar todo o capital investido pelas pessoas. Vamos zerar o dinheiro aplicado, R$ 130 milhões.
Mas é apenas esse valor que a BBom deve aos 270 mil associados?
Já pagamos 66% dessas pessoas. O dinheiro preso na Justiça daria para pagar a todos e sobraria.
São quantos clientes?
Muitos. Só para uma das empresas de telefonia pagamos 193 mil chips de clientes.
Haverá novo cadastro?
As pessoas antigas já têm cadastro e vão passar a vender direto.
Elas terão que pagar uma nova adesão?
Não. De forma alguma. Agora, a gente tem que trabalhar pensando no que pode dar errado.
Mas, em vídeo na internet, o senhor fala que 10% do dinheiro bloqueado seria para pagar parte do novo cadastro.
Não é assim. Há pessoas que vão trabalhar fazendo a venda direta. Elas querem saber como vão receber o dinheiro. Vamos falar para ela: “Você vai trabalhar, trará novos clientes”. Esse cliente terá um custo que gera um comissionamento pra ele e para base de rede ele. Aí eu vou usar a conta dos 10%. Ele tem R$ 100 mil bloqueados e vende 3 mil rastreadores, ele teria que pagar R$ 60 mil à empresa. Então, ele paga 90% e fica com os 10%.
Haverá taxa de adesão para os novos associados?
Sim, mas só posso falar o valor quando for lançado.
Vocês vão trabalhar com outros produtos?
Temos outros produtos, como cosméticos, máquina de café, perfumes. Seremos agressivos para essas pessoas terem seu sustento.
Como a BBom vai evitar o recrutamento em massa de pessoas em vez da realização de vendas?
Vamos trabalhar com estoque limitado. Se eu tiver só 1 milhão de rastreadores, não posso comodatar 1 milhão e 1. Eu não vou dar continuidade no negócio se eu não tiver estoque. Terei que ter mercadoria pronta-entrega.
A BBom terá catálogo?
Sim. Ainda nesta semana, já vamos liberar as vendas dos produtos. A briga com a BBom não começou por causa das pessoas que estão trabalhando e sim por causa daquelas pessoas que quiseram colocar dinheiro na empresa e ficar em casa sem fazer nada.
Essas pessoas são os investidores que colocam muito dinheiro?
Esses investidores são a minoria na BBom. As pessoas que queriam trabalhar compraram no máximo 10 pacotes.
A comissão pela venda já está estipulada?
É um percentual bom.
Por que o senhor fala que a nova BBom dará o mesmo lucro de antes?
Hoje, as pessoas que pensarem em fazer investimento sem trabalhar não vão conseguir. Não adianta vir com R$ 1 milhão e falar que vai ficar em casa para ganhar R$ 100 mil por mês. Nosso erro foi aceitar pessoas que só queriam investir na empresa. Agora, quem quiser investir terá que aguardar a empresa abrir capital. As pessoas vão ganhar muito dinheiro mesmo. Terão independência financeira em pouco tempo.
Ganhar muito dinheiro mesmo? Como será isso?
Vai depender. As pessoas serão treinadas. Há pessoas que trabalham em algumas empresas e não têm sucesso. Outras atuam nessas mesmas empresas, andam de carrão, moram em mansão. A diferença entre as duas é que uma trabalhou.
Pensam em continuar a distribuir carros de luxo, como Lamborghini?
O dia em que a lei disser que não posso fazer isso, eu paro de fazer. Mas lembrando: fomos a única empresa que não enganou nem a Justiça nem o governo. Os carrões nós compramos no nome da empresa e passamos como premiação para as pessoas que se destacaram. Não fizemos como quase 100% das empresas que dão carros e falam para os associados fazerem um leasing de R$ 5 mil no banco para não pagar impostos. Todos os veículos estavam no nosso nome.
Vocês pensam em atingir quantos revendedores?
Queremos alcançar no máximo 3 milhões de pessoas. É mentira quando falam que a pirâmide financeira tem que alcançar a população do Brasil. Nunca vai acontecer.
Justiça veta   investigação de órgão da Fazenda
A Justiça impediu provisoriamente a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/MF) de investigar os negócios da BBom. A liminar foi concedida pelo juiz Antonio Claudio Macedo da Silva, da 8ª Vara Federal de Brasília.
Segundo o portal iG apurou, o relatório sobre a BBom estava em vias de conclusão e, excluídos os dados sigilosos, poderia ser consultado por qualquer pessoa.
Na decisão, o juiz Macedo da Silva escreveu que a Seae/MF não tem competência para atuar no caso da BBom, uma vez que não havia indícios de que a empresa estivesse praticando captação indevida de poupança popular nem práticas contrárias ao direito antitruste.

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